Vivenciamos uma profunda e aguda crise social e urbana relacionada ao uso do crack, droga avassaladora que, por onde passa, aniquila e mata seus usuários, cuja vitimização ocorre em toda a parte do mundo, em especial o Brasil.
O crack constitui uma droga que traz a morte em vida para quem a utiliza, destrói também a vida de todos aqueles que vivem em volta do usuário; e faz com que a criminalidade aumente, mortificando mais do que todas as outras drogas.
Seu poder é extraordinário, já que vem viciar o individuo em sua primeira experiência, o que traz um drama familiar de grande proporção; desgraça e crack são sinônimos e indissociáveis. Palavras como dor, deterioração e extermínio referem-se aos resultados trágicos que resumem os efeitos que a droga causa, tanto no usuário quanto em seus familiares.
A composição química do crack é apavorante e estarrecedora. Partindo da pasta base das folhas da coca, são adicionados outros ingredientes altamente prejudiciais a qualquer ser humano, tais como: amônia, ácido sulfúrico, querosene ou solvente e a cal virgem que, quando processados e combinados, se resumem uma endurecida pasta homogênea de cor branca caramelizada onde se centralizam 50% de cocaína; metade cocaína e metade produtos químicos.
A fumaça do crack é ligeiramente absorvida pela mucosa pulmonar, e por ser altamente toxica ela estimula o sistema nervoso, originando euforia e o aumento de vigor do usuário, o que vem causar a diminuição do apetite e da vontade de dormir, logo a perda de peso abrupta.
Não demora muito para que os usuários do crack venha a perceber os efeitos calamitosos que seu uso proporciona, assim como: aceleração ou diminuição do ritmo cardíaco, elevação ou diminuição da pressão sanguínea, calafrios, náuseas, vômitos, convulsão, parada respiratória, coma ou parada cardíaca, infarto, doença hepática e pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), além da perda da dentição oriunda da corrosão efetuada pela presença do ácido sulfúrico na sua fórmula.
Diante disso, os dependentes do crack passam a ser mortos-vivos,sendo muito difícil se livrarem desse mal. E como já é do conhecimento de todos, para saciar sua fome da droga praticam todo o tipo de crime, numa redução de sua vida, pois a morte para esse usuário é prematura e certa.
Vale ressaltar que o drama do uso do crack deve ser tratado pelas autoridades e por toda a sociedade como um problema de saúde pública, como projetos eficientes para a recuperação imediata de seus usuários, e não menos importante, a partir da criação de iniciativas que venham evitar efetivamente o ingresso de novos simpatizantes no mundo dessa poderosa droga.
O problema do crack não deve ser tratado apenas como caso de polícia, leis mais duras são necessárias e toda a sociedade civil precisa estar envolvida numa criação de forças-tarefas (missões especificas) que atuem junto às comunidades críticas. Profissionais da saúde e da educação, tais como psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos, nutricionistas, recreadores, alem de políticos (com edificante vontade política), ministério publico, igrejas e escolas (abertas aos finais de semana) devem estar envolvidos.
Por fim, é importante avaliar que a policia repressora para conter os crimes que são cometidos em nome e pelo nome do crack tem muito trabalho pela frente. Ao lado dela, a mídia também constitui um poderoso dispositivo social para combater essa droga letal por meio da divulgação de informações que tragam luzes às questões ligadas ao usuário e à vida urbana.
Thiago Guerra, advogado especialista em Processo Penal.
0 comentários:
Postar um comentário