Chico Xavier e os animais

Arte - © Consciência de Viver

Segundo o iluminado amigo espiritual (livro: "Emmanuel - cap.1") os animais são nossos parentes próximos, com sua linguagem, seus afetos e sua inteligência rudimentar.

Em Kardec, O livro dos Espíritos há profunda elucidação à respeito. Reporta-nos entretanto à obra portentosa e exuberante de ensinamentos: "Chico Xavier - Mandato de Amor", editada pela nossa venerável União Espírita Mineira, na qual deparamos momentosos esclarecimentos de nosso médium querido de sempre. 

Pergunta:

Chico Xavier, a Doutrina dos Espíritos esclarece com muita propriedade a questão da Lei da Causa e Efeito, de Ação e Reação, que preside a organização do Universo. Ela também nos indica o livre - arbítrio, como atributo fundamental da personalidade humana pelo qual o ser humano tem a facilidade de optar livremente pelo caminho que deseja seguir, recebendo contudo, em contrapartida, o resultado inexorável de suas decisões boas ou más.

Assim se conclui que a plantação é livre aos seres humanos mas a colheita lhes é obrigatória. Dessa forma se explica todas as provações e resgates, doenças e deformidades físicas e mentais que sofre a maioria dos homens na Terra, como sendo seu karma ou resgate de delitos passados.

Também nos ensina a Doutrina Espírita que os animais não gozam desta faculdade do livre - arbítrio, por não possuírem o pensamento contínuo.

Assim sendo, como devemos encarar a questão da existência de deformidades congênitas nos animais. Por que nascem animais cegos ou deformados?

Chico Xavier:

Nossos benfeitores espirituais nos esclarecem que é preciso que todos nós consideremos que os animais diversos, a nos rodearem a existência de seres humanos em evolução no planeta Terra, são nossos irmãos menores, desenvolvendo em si mesmos o próprio princípio inteligente.

Se nós, seres humanos já alcançamos os domínios da inteligência desenvolvendo agora as potências intuitivas, eles, os animais, estão aperfeiçoando paulatinamente seus instintos na busca da inteligência da mesma maneira que nós humanos aspiramos alcançar algum dia a angelitude na Vida Maior, personificada em nosso mestre o Senhor Jesus, eles, os animais aspiram ser num futuro distantes homens e mulheres inteligentes e livres. Assim sendo, nós podemos nos considerar como irmãos mais velhos e mais experimentados dos animais.

Ora, nós sabemos que as leis divinas do Amor e Solidariedade entre seres e por isso, podemos facilmente concluir que as ações dos seres humanos, que Deus outorgou a condição e proteção de nossos irmãos mais novos animais. E o que é que esta humanidade tem agido em relação aos animais nos inúmeros séculos de nossa história.

Porventura nós, os homens não temos nos transformados em algozes dos animais ao invés de seus protetores fiéis? Quem ignora que a vaca sofre imensamente a caminho do matadouro? Quem duvida que minutos antes do golpe fatal os bovinos derramam lágrimas de angústia? Não temos treinado determinadas raças de cães exaustivamente para o morticínio e os ataques? Que dizemos das caçadas impiedosas de aves e animais silvestres unicamente por prazer esportivo? Que dizermos das devastações inconseqüentes do meio ambiente?

Tudo isto se resume em graves responsabilidades para o seres humanos, a angústia, o medo e o ódio que provocamos nos animais lhes altera o equilíbrio natural de seus princípios espirituais, determinando ajustamentos em posteriores existências, a se configurarem por deformidades congênitas.

A responsabilidade maior recairá sempre nos desvios de nós mesmos, que não soubemos guiar os animais no caminho do Amor e do Progresso, seguindo a Verdade de Deus.

Agora vejamos, se determinado cão é treinado para o ataque e a morte com requinte de crueldade, se ele é programado para o mal, pode ocorrer que em um determinado momento de angústia este mesmo cão treinado para atacar estranhos, ataque crianças de sua própria casa ou próprios donos. Aí teremos um desajuste induzido pela irresponsabilidade humana.

Ora, este mesmo cão aspira crescer espiritualmente para a inteligência e o livre-arbítrio. Mas para isto ele precisa experimentar o sofrimento que lhe reajuste o campo emotivo, aprendendo pouco a pouco a Lei de Ação e Reação. Assim, ele provavelmente renascerá com sérias inibições congênitas. A responsabilidade de tudo, no entanto, dever-se-a à maldade humana. 

Fonte: U.T. Vieira - Araguai / M.G.

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