“Honrar a seu pai e sua mãe não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco na infância”. Cap.14,3. (A presente citação foi extraída de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec.)
No devotamento dos pais, todos os filhos são joias de luz, entretanto, para que compreendas certos antagonismos que te afligem no lar, é preciso saibas que, entre os filhos-companheiros, que te apoiam a alma, surgem os filhos credores, alcançando- te a vida, por instrutores de feição diferente.
Subtraindo-te aos choques de caráter negativo, no reencontro, preceitua a eterna bondade da Justiça Divina que a reencarnação funcione, reconduzindo-os à tua presença, através do berço.
É por isso que, a princípio, não ombreiam contigo, em casa, como de igual para igual, porquanto reaparecem humildes e pequeninos.
Não te rogam a liquidação de débitos, na intimidade do gabinete, e sim procuram te o colo para nova fase de entendimento.
Respiram-te o hálito e escoram-se em tuas mãos, instalando-se em teus passos, para a transfiguração do próprio destino.
Embora desarmados, controlam-te os sentimentos.
Não obstante dependerem de ti, alteram-te as decisões com simples olhar.
De doces inspiradores do carinho, passam, com o tempo, à condição de examinadores constantes de tua estrada.
Governam-te impulsos, fiscalizam-te os gestos, observam-te as companhias e exigem-te as horas.
Reaprendem na escola do mundo com o teu amparo, todavia, à medida que se desenvolvem no conhecimento superior, transformam-se em inspetores intransigentes do teu grau de instrução.
Muitas vezes choras e sofres, tentando adivinhar-lhes os pensamentos para que te percebam os testemunhos de amor.
Calas os próprios sonhos, para que os sonhos deles se realizem.
Apagas-te, a pouco a pouco, para que fuljam em teu lugar.
Recebes todas as dores que te impõem à alma, com sorrisos nos lábios, conquanto te amarfanhem o coração.
E nunca possuis o bastante para abrilhantar-lhes a existência, de vez que tudo lhes dás de ti mesmo, sem faturas de serviço e sem notas de pagamento.
Quando te vejas, diante de filhos crescidos e lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do espírito, recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas.
Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no justo instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade e alegria, terás conquistado em silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação.
Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro da Esperança
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