Observando mais profundamente o ser humano, percebemos que a grande dificuldade das relações interpessoais se origina na emoção descontrolada. No núcleo familiar, no trabalho, nas ruas, onde quer que haja envolvimento entre seres humanos, há grande dificuldade de vencer o sentimentalismo, as posturas de julgamento colocadas através de emoções inferiores.
É preciso aprender a lidar com a nossa emoção. A primeira coisa a fazer é ter auto-disciplina, pesquisando dentro de nós as emoções, desde as mais simples. Como reagimos quando somos tocados pelo ciúme, pelo ódio, pela vingança, pelo ressentimento ou o medo? E, ao observarmos em nós sentimentos ainda tão fortes, muitas vezes, temos vergonha desse descontrole. Estas emoções estão profundamente interiorizadas em nós e são sempre complexo de inferioridade ou de superioridade ou, ainda, do sentimento de culpa. Quando conseguirmos abdicar desses complexos, vamos aprender a controlar as nossa emoções, a lidar com nossos sentimentos, pacificando os corações, pacificando-nos, em primeiro lugar.
É importante saber lidar com o outro, quando ele tem estes sentimentos, quando o comunicante nos fala de ódio, de mágoa, de ressentimento, de ciúme, de inveja, enfim de tantas outras emoções que nos descontrolam o emocional. Como reagir? Em primeiro lugar, não se deixar contaminar pela emoção do outro, manter o equilíbrio, a auto-confiança, procurar ouvir com serenidade, sem deixar que essas impressões fiquem conosco, para não nos envolvermos em sentimentos de depressão, tristeza, raiva e de descontrole emocional.
Quando soubermos fazer isso, estaremos mantendo o nosso emocional bastante equilibrado. Temos também que aprender a lidar com os meios de comunicação, que muitas vezes nos trazem situações difíceis, contaminando-nos com notícias negativas. Nesse momento, devemos ouvir, abençoar, fazer uma prece, para nos manter íntegros e não deixar que estes acontecimentos perturbem o nosso emocional.
Quando o comunicante está conversando pessoalmente conosco, devemos estabelecer um diálogo fraterno, harmonioso, equilibrado, sem demovê-lo de suas idéias, mas não permitindo que as nossas opiniões sejam prejudicadas pelo pensamento do outro. Que sejamos aquelas criaturas simples e humildes, lembrando-nos de que não somos donos da verdade – não queiramos impor nossa opinião, nem nos exibir diante daquele que se comunica conosco. Assim, conseguiremos preservar, diante de todos os acontecimentos, a nossa emoção, mantendo o equilíbrio e a serenidade.
Em nossas pesquisas, vimos também as emoções embotadas, ou seja, a emoção que não expressa afetividade. Neste caso, a afetividade está prejudicada por uma emoção indiferente, que ignora qualquer fato que acontece à sua volta, perdendo qualquer oportunidade de expressar ou de receber carinho.
Existe a emoção aflorada, em que a criatura perde o controle: fala alto, gesticula, agita-se, ela está fora do seu limite, prejudica-se, trazendo para si enfermidades, desconforto físico e mental.
Há também aquela emoção apaixonada. Penso que esta é uma das piores, que pode nos levar a alucinações, pode nos causar desequilíbrio, levando-nos, muitas vezes, a acontecimentos profundamente negativos, atingindo-nos de uma forma muito infeliz. Mas, quando através da nossa auto-análise, conseguimos educar a nossa emoção, ela torna-se um verdadeiro dínamo de energia, de amor, de paz, não somente para nós, mas para o grupo.
É assim que o nosso teor vibracional vai harmonizar o ambiente onde chegarmos. É o controle que se dá através da emoção pacificada, serenizada, pois aquele que, verdadeiramente, confia em si, que tem certeza de que o seu emocional está no eixo, mantém a calma diante das dificuldades, das preocupações, dos acontecimentos negativos, sabendo como se posicionar, sabendo que até determinado ponto pode atuar, mas que, mesmo com o emocional equilibrado, existem situações que não podemos modificar, pois é a vontade do Pai direcionando a nossa vida, e, assim, a criatura mantém o auto-controle.
O equilíbrio das emoções resulta em muitas virtudes positivas, como a serenidade, paz e calma, tão importantes na convivência saudável com os outros. E o desequilíbrio traz a desavença, desarmonia e desorganização.
A emoção equilibrada nos proporciona mais saúde e felicidade. Os relacionamentos nos lares ficarão mais positivos. As relações no trabalho e entre amigos serão mais fraternas.
A serenidade, a calma, o controle da emoção são fundamentais nos relacionamentos – de marido e mulher, com os filhos, com os amigos, na Casa Espírita, onde quer que nos encontremos.
Que Jesus possa nos fortalecer, nos amparar, dando-nos discernimento sempre. Que tenhamos condição de trabalhar o nosso íntimo, buscando o equilíbrio e a paz para os nossos corações!
Charles Pierre
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